Divórcio Emocional

“Um divórcio emocional completo jamais será possível, especialmente quando há filhos envolvidos. Na medida em que precisamos lidar com um ex-cônjuge, antigas conexões e reações emocionais são novamente despertadas. Entretanto, é essencial trabalhar o processo de tornar-se menos reativo, em termos emocionais, ao comportamento do ex-cônjuge, e eventualmente obter uma visão do casamento e do divórcio que não culpe o cônjuge por tudo, nem torne a pessoa uma vítima inocente. Para um divórcio emocional adequado, é necessário reaver do casamento o senso de eu e os objetivos pessoais de vida, e reinvestir expectativas no próprio eu.”

Fredda Herz Brown

Brown, F. H. "A Família Pós-Divórcio", no livro:
Carter & McGoldrick, As Mudanças no ciclo de vida familiar. POA: ArtMed, 1995 p. 324

Dicas para evitar o mau comportamento fora de casa


Por Caroline Belleze Silvi (MBPress)
Do site Vila Mulher:
http://vilamulher.terra.com.br/dicas-para-evitar-o-mau-comportamento-fora-de-casa-8-1-55-701.html


São cada vez mais comuns casos de pais que deixam de lado a vida social por conta do mau comportamento dos filhos. Idas aos restaurantes e reuniões com os amigos se tornam coisas do passado.

Para a psicóloga Ana Pozza, se os pais não conseguem deixar as regras e limites claros às crianças ao ponto delas conseguirem afetar a vida social dos pais, é preciso estar atento para ver o que realmente está acontecendo.

"Uma criança chata, reclamona, constantemente chorosa, agressiva e perturbadora está expressando que algo não vai bem com ela ou mesmo com sua família".

"Às vezes, sem querer, a criança acaba servindo de recurso para impedir a vida social dos pais que não estão se relacionando bem. "Ou seja, como os pais não conseguem resolver essa situação entre si, ela os ajuda complicando a vida social deles. E assim, infelizmente, eles não olham para o real problema, o qual teria relação com a vida a dois. O problema se torna a criança. Mas não se deve esquecer que os filhos são reflexo dos pais e do ambiente familiar", alerta.

Muitos pais têm dúvida se devem ou não chamar a atenção do filho na frente dos familiares ou amigos, mas Ana explica que sim. "Se o filho é agressivo ou perturba os colegas, imediatamente, os pais devem tomar uma atitude. Ver o que está acontecendo, ouvir o que dizem, prestar atenção".

Se a criança for maior, em torno dos seis, sete anos, a psicóloga diz que é possível deixar para ter uma conversa mais longa em casa. "Mas no momento em que ocorre a má atitude e um adulto está observando esta cena, se deve intervir, sem ser agressivo, mas protegendo e ensinando a boa atitude. Ser permissivo é uma forma de a criança entender que não há problema em se comportar mal."

A psicóloga diz que os motivos desses comportamentos podem ser uma dificuldade dos familiares em colocar limites e até de manifestarem a afetividade entre si. "A criança que recebe afeto, cuidados, atenção e orientação tende a se comportar bem onde quer que esteja, principalmente porque quer ser um bom filho. Sabe que se comportando assim será recompensada com afeto", diz

E ressalta: "Colocar limites é dizer ao filho até onde ele pode ir, é expressar o quanto se preocupa com ele e que ele está protegido. Maus comportamentos demonstram o quanto estão precisando de limites e de atenção. Em casos mais graves, é preciso se investigar e ver o que está ocorrendo, se há problemas familiares, psiquiátricos ou neurológicos envolvidos."

Para evitar essas situações constrangedoras e, ao mesmo tempo, para instruir a criança, a doutora dá algumas dicas a serem seguidas:

- Seja também um pai de bons comportamentos. Os filhos tendem a imitar o comportamento dos pais;

- Seja afetivo e carinhoso ao educar e ensinar bons hábitos e princípios de vida;

- Esteja atento ao filho e procure entender e compreender o que está acontecendo para que ele se comporte da forma como tem feito;

- Aceite que os filhos são reflexo dos pais e do ambiente em que vivem e que o seu comportamento pode ser uma sintomática de outros fatores;

- Não permita que a insistência, a birra e a desobediência sejam atitudes que resolvam as situações, ou seja, tenha claro os limites e as regras para não ceder à pressão dos filhos;

- Saiba que dizer "não" é uma forma de cuidado e proteção à criança, um fator delimitador que a ensina até onde pode ir na sua interação com o mundo;

- O pai observando que se sente culpado ao colocar limites ao filho deve procurar as razões que o fazem sentir desta forma, uma vez que a permissividade pode ser uma forma de alimentar os maus comportamentos dos filhos;

- Converse frequentemente com os filhos sobre os seus comportamentos, procurando ensinar e instruir. Uma vez que a criança não nasce sabendo, vai atuar com os recursos que tem e ainda de acordo com a sua faixa etária;

- Seja amoroso e carinhoso sempre que possível com os filhos, precisando ser firme sem ser violento ou agressivo;

- Se necessário, procure ajuda especializada no processo de educação dos filhos

Os desafios da Conjugalidade




"Dois parceiros nunca correspondem nem satisfazem completamente um ao outro: sempre é assim na natureza. Os seres vivos nunca estão totalmente em harmonia com o seu 'nicho': apenas têm que procurar adequar-se a ele o suficiente para poderem sobreviver. O mesmo acontece com dois parceiros: sempre construirão a realidade de modo diferente. Determinante é se os construtos pessoais são ou não compatíveis entre si. Essa diferença pesa muito na 'dor de amor'. No entanto, as tensões resultantes de opiniões diferentes dão sabor à relação; na verdade, é isso que faz com que a história de uma relação seja aventurosa, incompatível e única, mas também pode resultar daí um aspecto trágico, porque as possibilidades de compreensão entre parceiros sempre estão limitadas. Muitas das potencialidades evolutivas não podem ser realizadas numa relação a dois. Cada qual evolui em um domínio tolerado pelo outro, pelo qual os dois estão sempre negociando entre si e lutando juntos. Encontrar compromissos e saídas exige um ato de criatividade. Afastar-se e depois reaproximar-se faz correr riscos, mas também torna viva a relação."

Jürg Willi em: A construção diádica da relação. Do livro: O casal em crise.

Fabricio Carpinejar, no Café Filosófico

De que modo reagir em famílias formadas com filhos de pais ou mães diferentes, meio-irmãos, guarda partilhada, casais homoafetivos, amigos conselheiros, avôs jovens? Como combinar rigor com liberdade? Como educar a criança no meio da ausência de papéis fixos? Funcionou a substituição da imposição de limites pela importância dos exemplos?

Carpinejar, autor de “Meu Filho, Minha Filha”, comenta a evolução dos laços familiares, discute o movimento contra a alienação parental, o excesso de cobrança feminina, a tendência do homem em querer agradar a atual esposa acima de todas as coisas, o condicionamento de comportamentos filiais pela culpa, a tirania da criança, a carência que mantém a dependência, a fragilidade que vem do excesso de proteção e o impacto da psicanálise na exposição dos problemas em casa. Como referência, usará o filme Kramer vs. Kramer, de 1980. A intenção é discutir os resultados da emancipação paterna desde 1979.

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Intimidade é uma delícia

Dizem que intimidade é uma palavra que tem significado diferente para homens e mulheres. Para os homens, ela seria sinônimo apenas de proximidade física: a possibilidade de tocar, tirar a roupa e transar. Para as mulheres, a palavra refletiria algo inteiramente subjetivo. Significaria a possibilidade de ser compreendida de forma profunda e emocional, com conotações de cumplicidade e acolhimento.

Com base nos meus próprios sentimentos e no comportamento dos homens com que eu tenho convivido, não acho que exista tamanha diferença. Nem a noção masculina de intimidade é inteiramente destituída de sutileza nem as mulheres são completamente alheias ao teor físico e sexual da intimidade. Mas há uma diferença de ênfase. Os homens parecem mais preocupados em obter proximidade física, enquanto as mulheres priorizam algum tipo de contato afetivo e emocional.

Esses, porém, são clichês que nem sempre correspondem à realidade. Lembro de uma moça com quem eu saí algumas vezes que preferia transar com gente estranha. “Informação demais”, ela dizia, “me atrapalha”. E há homens que não se sentem seguros em ir para a cama com uma mulher sem antes criar uma zona de conforto afetivo por meio do conhecimento e do convívio.

Dito isso, eu acho a intimidade essencial e imensamente prazerosa. Todos os tipos. Conversar intensamente com uma mulher, por exemplo, não é apenas um meio para se chegar à intimidade física. É um prazer em si mesmo. Algo que os homens deveriam fazer com menos pressa e com mais cuidado. Desfrutar da intimidade afetiva de uma mulher é um privilégio que frequentemente tem conotações eróticas, embora possa jamais tornar-se físico. É prazer sem sexo, assim como existe sexo sem prazer.

Ivan Martins

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http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI184322-15230,00.html