Atenção! Adultos e pais conscientes!


Em processos de separação, muitos pais e mães, ainda magoados e entristecidos pelo término do casamento ou da união conjugal, não percebem o quanto a expressão inadequada dos seus sentimentos pode ser prejudicial aos filhos. Por sentimentos de injustiça pessoal, como ter sido traído, magoado ou até mesmo por não receber do outro o apoio necessário para a criação dos filhos, alguns pais manipulam os filhos, compartilhando com estes suas dores e sua revolta, de forma direta e indireta, consciente e inconsciente. A criança fica no meio de um teatro de guerra, onde os protagonistas são as pessoas que mais amam. Esquecem que os filhos precisam se sentir seguros e protegidos em situação de estresse.

Os pais devem se lembrar de proteger os filhos de seus lamentos, buscando apoio emocional não nas crianças, mas numa rede que envolve familiares, amigos e profissionais. A criança não tem condição psicológica de proteger o adulto que deveria justamente lhe trazer segurança e afeto.

Os pais não devem jamais incluir os filhos no sentimento de raiva que existe na relação com o ex, fazendo do filho objeto de vingança, como prejudicar o contato e a vinculação da criança com o pai ou a mãe, contribuindo para um processo de Alienação Parental. Os filhos devem ser poupados da dor e da mágoa, favorecendo a proteção da imagem sadia que devem manter dos pais. 

Muitos pais que manipulam ou alienam seus filhos não são conscientes da atitude que tomam, acreditando estar protegendo as crianças do "adulto mau" que o outro é, aquele que lhe trouxe muitas dores. Provocam a Alienação Parental como uma processo defensivo gerado pela insegurança, pelo medo e pela situação de querer afastar-se daquele que lhe feriu e que acredita que irá também ferir o seu filho.

O adulto que é responsável pela guarda dos filhos, deve ser aquele que auxilia no contato com o outro genitor e seus familiares, que tem condições de compartilhar informações referentes às atividades escolares e extras, que demonstra maturidade e equilíbrio emocional, que procura discernir e praticar o diálogo sempre que possível, principalmente quando precisar tomar decisões que envolvem a vida das crianças. Deve evitar o abuso de poder, tal como acreditar que por ser detentor da guarda poderá agir como quiser e da forma que achar conveniente - para si mesmo, claro.

Se um dos pais manifestar desequilíbrio emocional, psicológico ou até psiquiátrico, ou se um dos genitores estiver afastado ou ausente, deve ser o detentor da guarda o porto seguro, a referência da criança e nunca ser um depositário da frustração e insatisfação de seus pais. Os pais devem ser um exemplo a ser seguido, uma referência, devem ser capazes de conter suas manifestações emocionais negativas, de forma a favorecer o desenvolvimento da criança.