Fredda Herz Brown
Brown, F. H. "A Família Pós-Divórcio", no livro:
Muitos pais têm dúvida se devem ou não chamar a atenção do filho na frente dos familiares ou amigos, mas Ana explica que sim. "Se o filho é agressivo ou perturba os colegas, imediatamente, os pais devem tomar uma atitude. Ver o que está acontecendo, ouvir o que dizem, prestar atenção".
Se a criança for maior, em torno dos seis, sete anos, a psicóloga diz que é possível deixar para ter uma conversa mais longa em casa. "Mas no momento em que ocorre a má atitude e um adulto está observando esta cena, se deve intervir, sem ser agressivo, mas protegendo e ensinando a boa atitude. Ser permissivo é uma forma de a criança entender que não há problema em se comportar mal."
A psicóloga diz que os motivos desses comportamentos podem ser uma dificuldade dos familiares em colocar limites e até de manifestarem a afetividade entre si. "A criança que recebe afeto, cuidados, atenção e orientação tende a se comportar bem onde quer que esteja, principalmente porque quer ser um bom filho. Sabe que se comportando assim será recompensada com afeto", diz
E ressalta: "Colocar limites é dizer ao filho até onde ele pode ir, é expressar o quanto se preocupa com ele e que ele está protegido. Maus comportamentos demonstram o quanto estão precisando de limites e de atenção. Em casos mais graves, é preciso se investigar e ver o que está ocorrendo, se há problemas familiares, psiquiátricos ou neurológicos envolvidos."
Para evitar essas situações constrangedoras e, ao mesmo tempo, para instruir a criança, a doutora dá algumas dicas a serem seguidas:
- Seja também um pai de bons comportamentos. Os filhos tendem a imitar o comportamento dos pais;
- Seja afetivo e carinhoso ao educar e ensinar bons hábitos e princípios de vida;
- Esteja atento ao filho e procure entender e compreender o que está acontecendo para que ele se comporte da forma como tem feito;
- Aceite que os filhos são reflexo dos pais e do ambiente em que vivem e que o seu comportamento pode ser uma sintomática de outros fatores;
- Não permita que a insistência, a birra e a desobediência sejam atitudes que resolvam as situações, ou seja, tenha claro os limites e as regras para não ceder à pressão dos filhos;
- Saiba que dizer "não" é uma forma de cuidado e proteção à criança, um fator delimitador que a ensina até onde pode ir na sua interação com o mundo;
- O pai observando que se sente culpado ao colocar limites ao filho deve procurar as razões que o fazem sentir desta forma, uma vez que a permissividade pode ser uma forma de alimentar os maus comportamentos dos filhos;
- Converse frequentemente com os filhos sobre os seus comportamentos, procurando ensinar e instruir. Uma vez que a criança não nasce sabendo, vai atuar com os recursos que tem e ainda de acordo com a sua faixa etária;
- Seja amoroso e carinhoso sempre que possível com os filhos, precisando ser firme sem ser violento ou agressivo;
- Se necessário, procure ajuda especializada no processo de educação dos filhos