Filhos Tímidos: Como agir?




Por Juliana Falcão (MBPress)
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Esconder-se atrás dos pais, não se relacionar com outras crianças e não falar nem o próprio nome para pessoas que não conhece são algumas características da timidez. E é justamente na fase de socialização que este problema se torna mais evidente.

Estudos apontam que a timidez pode sim ser algo genético, mas é importante lembrar que não é uma doença e dá para ser tratada com ajuda de psicólogos.

Uma criança tímida provavelmente não vai se tornar o adulto mais popular e extrovertido da turma, mas isso não significa que seu filho passará a vida toda retraído.
Para a psicóloga e psicoterapeuta familiar, Ana Pozza, em certos casos, a timidez se faz presente desde o berço. "Devemos analisar como a criança reage aos estímulos de um adulto e qual o comportamento dela ao receber um brinquedo. Se ela ficar apática, pode ser que seja tímida", explica.

Na fase de socialização, outros sinais aparecem. "Ela passa a não querer ir à escola, não quer sair de perto da mãe, não quer conversar com a professora nem mesmo ir ao banheiro e fica sempre quieta, num canto, sem se relacionar com os amiguinhos", conta Dra. Ana. "Há ainda crianças que se relacionam muito bem com pessoas da idade e que na presença de um adulto se calam ou vice-versa. Este comportamento também pode estar relacionado à timidez".

Quando os pais também sofrem desse desconforto ou são superprotetores contribuem para que a criança apresente sintomas de timidez, pois a cercam de cuidados excessivos e, consequentemente, de medos. "Ao mesmo tempo, pais exigentes, que forçam o filho a fazer o que não gosta, também ajudam a desencadear o problema", acrescenta a psicóloga.

A timidez pode aumentar ou diminuir, tudo depende da assistência dada à criança. Forçá-la a ter amigos ou a frequentar eventos sociais, ou ainda, fazer comparações e exigir que ela seja igual ao coleguinha, por exemplo, são atos que contribuem para o aumento do problema. Cada criança tem seu tempo e é essencial saber respeitar seus limites. "As crianças tímidas e introspectivas costumam ser muito observadoras, o que não deixa de ser uma qualidade", aponta Dra. Ana.
E afirma: "Um erro grave que os pais cometem com frequência é falar pela criança, terminar as frases por ela. Ou contar na frente de outras pessoas que ela não se comunica porque é tímida. Atitudes como essas desestimulam os pequenos e pode causar insegurança nelas."

Por outro lado, os pais passam a ajudar a criança quando criam um diálogo com ela, a estimula a conversar sobre qualquer assunto. Outra ação positiva citada pela psicoterapeuta é ajudar o filho a montar um círculo de amizades, levando-o para conhecer outras crianças do prédio ou do bairro onde mora. "Dentro das escolas, uma medida interessante é escolher a criança tímida para ajudar a professora. Dessa forma, você incentiva a socialização dela".

Dependendo da idade da criança, uma forma de melhorar a comunicação é motivá-la a fazer as mesmas coisas que os amiguinhos fazem. Um exemplo dessa ação vem de outros países. Lá fora é mania trocar Silly Bandz, umas pulseiras de borracha de diferentes formatos. Essa prática é comum entre os pequenos de seis e sete anos, fase em que eles passam mais tempo interagindo com os colegas e são influenciadas pela propaganda.

Apesar de ser um modismo, Dra. Ana apoia a ideia. "Dessa forma a criança tem a sensação de pertencimento, de ter igual aos outros. Quando ela não participa de atividades como essa, se isola e se sente diferente, aumentando os sintomas de timidez e a abertura para fazer amigos".

Para tratar da timidez, a especialista recorre à terapia familiar. Isso porque, segundo ela, não adianta tentar mudar o comportamento do filho se os pais também não se propuserem a fazer o mesmo. "Conversamos com todos, criamos condições para que a criança se desenvolva. E afima: "Muitas vezes, a timidez é consequência do meio em que a criança vive", diz Dra. Ana.

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