Os desafios da Conjugalidade




"Dois parceiros nunca correspondem nem satisfazem completamente um ao outro: sempre é assim na natureza. Os seres vivos nunca estão totalmente em harmonia com o seu 'nicho': apenas têm que procurar adequar-se a ele o suficiente para poderem sobreviver. O mesmo acontece com dois parceiros: sempre construirão a realidade de modo diferente. Determinante é se os construtos pessoais são ou não compatíveis entre si. Essa diferença pesa muito na 'dor de amor'. No entanto, as tensões resultantes de opiniões diferentes dão sabor à relação; na verdade, é isso que faz com que a história de uma relação seja aventurosa, incompatível e única, mas também pode resultar daí um aspecto trágico, porque as possibilidades de compreensão entre parceiros sempre estão limitadas. Muitas das potencialidades evolutivas não podem ser realizadas numa relação a dois. Cada qual evolui em um domínio tolerado pelo outro, pelo qual os dois estão sempre negociando entre si e lutando juntos. Encontrar compromissos e saídas exige um ato de criatividade. Afastar-se e depois reaproximar-se faz correr riscos, mas também torna viva a relação."

Jürg Willi em: A construção diádica da relação. Do livro: O casal em crise.

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