Famílias "diferentes", Famílias atuais


Por Bianca de Souza (MBPress)


As famílias estão cada vez mais versáteis. Elas podem ser compostas por homens e mulheres, cada um com seus respectivos filhos, por avós que criam seus netos como se fossem filhos ou ainda por casais homoafetivos e seus herdeiros adotivos.

Diante desta variedade de tipos de famílias, todas muito respeitáveis, é preciso preparar as crianças para conviver com coleguinhas de núcleos diversos. "Afinal ninguém quer e nem merece ser motivo de discriminação ou piada. As crianças de hoje vivem numa realidade social de grandes transformações", afirma a psicoterapeuta familiar de casal, adulto e adolescente Ana Pozza.

A psicóloga aponta que a criança moderna está inserida em uma nova realidade social, com a qual ela vem interagindo desde que nasceu. A facilidade para compreender ou se adaptar às novas formas de famílias vai depender do meio em que ela se encontra. "É preciso saber se estas questões são discutidas no ambiente escolar, se o olhar às diferenças é estimulado com foco no respeito e no amor e se os pais ou familiares ajudam a criança a amar as pessoas pelos que elas são", diz Dra.Ana.

Também é importante lembrar que a criança é um ser em desenvolvimento, que precisa dos adultos ensinando valores e princípios, ajudando-a a se adaptar às transformações da realidade em que ela está inserida. A terapeuta alerta: "Desta forma, pais que demonstram preconceitos e ideias conservadoras a respeito das novas configurações familiares, ou até mesmo das tecnologias utilizadas para a gestação de um filho (inseminação artificial), ou também adoção, tenderão a passar estes preconceitos aos filhos, dificultando assim a sua compreensão e adaptação."

Ana Pozza garante que antes de uma mãe pensar em como irá ensinar os filhos a respeitar estas diferenças é preciso que ela trabalhe estas questões dentro de si. Deve se perguntar: ‘como me sinto em relação a estas questões?’. "Procure leituras adequadas, converse com amigos e com profissionais e discuta o assunto com as pessoas, isso poderá ajudá-la a ampliar o seu olhar sobre isso. Se você já amadureceu estes assuntos e se sente tranquila a respeito dos mesmos poderá sentar e conversar com seu filho, procurando ouvir suas dúvidas a respeito", recomenda a psicóloga.

Também, segundo a terapeuta, é importante dizer à criança que o amor entre as pessoas do mesmo sexo pode existir. E, quando isso acontece, elas querem se casar e às vezes desejam ter filhos. "Você pode também explicar que alguns pais casam ou têm filhos e por algum motivo do mundo adulto eles desejam se separar ou viver em casas separadas e que isso jamais mudará o status de pai e mãe daquela criança", sugere Ana.

Se souber que seu filho zombou o destratou algum coleguinha, não permita. Converse com ele e reforce a importância de se respeitar as diferenças. "Os pais devem ensinar que ao agir assim, ele machuca, ofende e deixa o amigo triste", finaliza a terapeuta.

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